segunda-feira, 29 de novembro de 2010

JAIRO MARQUES - BLOG ASSIM COMO VOCÊ


A semana do presidente

Como parte dos leitores já sabe, o tio foi a Brasília faz alguns dias para experimentar as estrutura tudo que os deputados ‘matrixianos’ eleitos neste ano vão encontrar por lá.

A visita rendeu uma reportagem que deu uma baita repercussão. Em resumo, ainda falta muita coisa para que as sedes dos três Poderes sejam plenamente acessíveis.

Para quem quiser ler o que aprontei, junto com a repórter Johanna Nublat e o repórter-fotográfico Sergio Lima, é só clicar no bozo!

Bem, do material que fizemos lá no Planalto Central resolvi fazer um post ao estilo japonês "Oki Soborô" ...

Então, borá pros detalhes..

Na casa ‘master’ da Justiça, o Supremo Tribunal Federal, tá tudo bem dominado pro povo malacabado....
Há rampas pra todos os cantos, sinalização em braile, espaços amplos...

O único setor que não funcionou é o supra sumo do poder, o púlpito onde os ministros fazem as discussões mais importantes em relação aos direitos de nóstudo.

Ali é cheio de carpetes, rampas íngremes e também existem degraus..



Caso no futuro tivermos um ministro ‘malacabado’ ou o um advogado cadeirante tenha de fazer uma defesa, vai passar por maus bocados...
Mas, o STF já anunciou que vai promover uma ‘refoima’, em janeiro, para resolver isso também!
Na Câmara, onde parte dos deputados trabalha e a outra parte manda bater o ponto pra eles , encontrei os problemas mais cabeludos.

Há um carpete verde horroroso por todo canto... aquilo, além de pregar o cadeirante no chão, deve ser uma selva habitada por ácaros raivosos... .

Há degraus em alguns locais, no plenário é tudo mais apertado que sapato de pobre....


Elevador?! Teeeem.... mas num funciona.... .


As rampas que me deparei por lá foram todas punks. Sozinho eu não subia nem fugido do véio do saco, com alguém me empurrando eu subia com o coração na mão...

Pra descer? Bem, ai eu tinha de rezar pro "resistro" agüentar firme e eu não passar vergonha...


E olha que coisinha mais brasileira... pra chegar à Comissão dos Direitos e Minorias é preciso escalar praticamente o pico Everest. E nas salas de reuniões das comissões, as mesas são de uma altura...




E nunca que um jornalista que não se dê bem com escadas poderá trabalhar no Congresso... A Sala de imprensa tem degraus... um luxo!


Mas o que me impressionou meeesmo foi o Palácio do Planalto... aquele que enfiaram R$ 140 milhões pra ficar glamuroso, bonitão!

Ali onde trabalho o defensor máximo da Constituição, o defensor dos meus direitos, o cara que deve ser o exemplo de toda sua nação!


O banheiro do andar onde fica o presidente é todo de granito..... bonito mesmo... só que pra quem ocupa mais espaço, como eu...




No térreo e no primeiro andar, tenho de ser justo, há banheiros acessíveis... devidamente usados pra guardar tralhas de limpeza.

Pra não dizer que só falei de tudo (uuuia) fiz umas poses por lá... afinal, tenho o título permanente e para sempre de presente da Matrix, né, não?




Em tempo: Amanhã, Dia Nacional da Pessoa com Deficiência, tem coluna do tio na Folha! Conto com a crítica de vocês!

* Fotos de Sérgio Lima/Folha Imagens

Fonte: BLOG ASSIM COMO VOCÊ

domingo, 28 de novembro de 2010

A Busca da Verdade


A Busca da Verdade

A verdade é um ideal tipicamente jovem, o amor, por seu turno, um ideal das pessoas maduras e daqueles que se esforçam por estar preparados para enfrentar a diminuição das energias e a morte.
As pessoas que pensam só deixam de ambicionar a verdade quando se dão conta que o ser humano está extraordinariamente mal dotado pela natureza para o reconhecimento da verdade objetiva, pelo que a busca da verdade não poderá ser a atividade humana por excelência.
Mas, também aqueles que jamais chegam a tais conclusões o fazem, no decurso das suas experiências inconscientes, um percurso semelhante.
Ter consigo a verdade, a razão e o conhecimento, conseguir distinguir com precisão entre o Bem e o Mal, e, em consequência disso, poder julgar, punir e sentenciar, poder fazer e declarar a guerra -tudo isto é próprio dos jovens e é à juventude que assenta bem.

Se, porém, quando envelhecemos, continuamos a ater-nos a estes ideais, fenece a já se si pouco vigorosa capacidade de «despertar» que possuímos,
a capacidade de reconhecer instintivamente a verdade sobre-humana.

Hermann Hesse, in 'Elogio da Velhice'

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Flávia, uma história de amor ...


Odele Souza e Flávia, há 13 anos




Nesse nosso mundo que anda rápido demais para o coração dos homens, numa sociedade desenfreada que tudo sacrifica em função do consumo de toda sorte de coisas, pessoas e sentimentos, muitas vezes passamos batido diante do sofrimento humano - que aliás alimenta o consumo da mídia e é diariamente banalizado por ela.

Se perdemos a capacidade da verdadeira compaixão, perdemos tudo. É um sintoma sério de que a nossa condição humana está indo pelo ralo. Não podemos deixar os deuses de ocasião nos reduzirem a meros espectadores do grotesco, como vem acontecendo. Devemos recusar o cardápio bizarro que nos é oferecido todos os dias dentro de casa, com a progressiva invasão de privacidade e o bombardeio de inutilidades que nos desvia de sermos gente.

Por isso quero falar de Flávia, uma doce menina que há dez anos está em coma porque foi sugada por um ralo de piscina. E de sua mãe, Odele, uma resistente de dar inveja. Em visita a um blog de Portugal, deparei-me com o endereço http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com. Mal sabia eu o que encontraria lá dentro.

Flávia, que poderia ser a filha de qualquer um de nós, está em coma há dez anos mas tem muitos amigos e admiradores. Possui uma vida de amor e carinho, participação e presença, graças ao empenho diário de sua mãe, Odele. Uma pessoa que, em vez de se amargurar e apontar um dedo acusador para o mundo, optou por viver e lutar, cuidar da filha e dar-lhe voz. Mais do que isso: optou por trabalhar pela conscientização das pessoas e para tentar, na medida do possível, evitar que outras pessoas tivessem o mesmo destino de Flávia.

Odele conseguiu reunir em torno da menina um tal círculo de amor que todos se sentem compelidos a conversar com ela, a enviar-lhe carinho e procurar envolver-se com a causa. Na verdade, a gente não pensa em ralo de piscina, pensa? A não ser que já se tenha ouvido falar de algum acidente desse tipo. Eu, por acaso, já tinha, mas a velocidade do mundo já havia arquivado a informação. Que agora acordou, ao saber da Flávia.

Estou encantada com sua mãe. Tanto que ontem não resisti e lhe mandei um email com um abraço dentro. Foi tudo o que consegui fazer, e para minha surpresa à noite já recebia uma resposta muito doce e carinhosa. Na verdade, senti-me tão mínima diante da grandeza daquela mulher que não sabia como chegar a ela, e no entanto o pouco que ofereci foi recebido com grande festa. Espanta-me e comove-me a sua energia límpida. Não se percebe um traço de mágoa sequer. Odele trabalha pela felicidade da filha em coma, uma idéia que dificilmente seria concebível em qualquer cabeça que não fosse muito, muito especial. E consegue milagres todo dia. Faz questão absoluta de ler para a filha as palavras de carinho que lhe são dirigidas. Contava-me, no email de resposta, como ficou comovida com a voz gravada do português António, que fez questão de falar com a menina. O seu apreço pelas pequenas delicadezas que sabe fazerem bem à filha é realmente algo de divino, uma experiência de beleza, como diria a Adélia Prado.

Flávia vive em coma uma vida especial, graças à dedicação de sua mãe. Se pudesse eu daria a Odele Souza um desses prêmios de Mulher do Ano, ou antes de Mulher de uma Vida. Não falo de troféus-bobagem, mas sim de alguns prêmios que efetivamente reconhecem o papel de muitas mulheres para o bem da nossa sociedade, que já foram conferidos, com toda justiça, a personalidades como a Dra. Rosa Célia Fernandes, criadora do Pró-Criança Cardíaca, uma batalhadora incansável pelos direitos de toda criança com cardiopatia grave.

Através do seu constante amor e de sua determinação, Odele dá uma vida à filha e, ao mesmo tempo, luta com consciência e verdade para que se fiscalizem mais os fabricantes de equipamentos para piscinas e as empresas que constroem as piscinas. É preciso que sejam usados, em cada obra, equipamentos não só em perfeito estado como compatíveis com o tamanho da piscina que está sendo construída. A Flávia acidentou-se na piscina do próprio prédio onde morava. Com certeza Odele nunca pensou que isso fosse possível, mas aprendeu da pior maneira. E a sua incondicional compaixão não lhe deixa esquecer que outras pessoas podem ser vitimadas, portanto ela não deixa de lutar.

Desejo contribuir, na minha estreita medida. Não sou grande como ela mas sou jornalista - um estado de alma mais do que uma profissão. E fiz um juramento quando me formei. Portanto estou aqui para ajudar a dar voz à causa de Flávia, à causa de Odele. Só quero pedir que visitem o seu blog, conheçam a sua história e divulguem o máximo que puderem. Com amor e persistência, do jeito que a própria Odele faz.

Talvez assim a gente possa participar da felicidade da Flávia, levar a ela o nosso carinho e dizer o quanto nos importamos com ela.

Fica aqui o endereço e o meu eterno respeito por essa grande mulher chamada Odele Souza. Que conheço por uma foto, um email e um maravilhoso exemplo de sabedoria e amor.


http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com

Fonte: Blog Jornalístico.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"Valorize os seus limites e por certo não se livrará mais deles!"


Fernando está retomando a vida normal, e leva para a passarela o tema "paz".

Fernado ex BBB teve lesão na Medula a 40 dias e ficou paraplégico




Cresce o numero de pessoas com deficiência em todas as classes social, usem bem a cabeça para não perderem as pernas, ninguém esta livre de ser uma pessoas com deficiência.


"Afinal, há é que ter paciência,dar tempo ao tempo, já devíamos teraprendido, e de uma vez para sempre;que o destino tem de fazer muitos rodeiospara chegar a qualquer parte."

( José Saramago)

Adaptsurf na Ana Maria Braga 1° Parte

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Praia Para Todos - 1º banho assistido em Natal - RN



1º banho assistido com cadeira anfíbia na Cidade de Natal-RN (praia de Jacumã) realizado pelo PRAIA PARA TODOS em parceria com SEBRAE-RN, apoio ORTO-RIO e COMOIR!

ADAPTSURF - 2



ADAPTSURF desenvolve projetos de inclusão social utlilizando o surfe como ferramenta e a praia como ambiente. Surfe adaptado, acessibilidade, preservação do meio ambiente, aumento da auto estima e melhoria da qualidade de vida, são nossos focos de atuação.

domingo, 21 de novembro de 2010

A Velhice Solitária


Ela vivia lá e eu desconhecia, ela morria lá e eu não sabia




Eu nunca tinha ouvido falar dela. Vivo neste edifício de 70 apartamentos há alguns anos. A maioria dos moradores só encontro na reunião de condomínio. Há o velho que toma sol pela manhã e que me cumprimenta sorridente porque lá em casa a gente se dá tchau na janela quando alguém sai. Ele acha curiosíssimo e acompanha o ritual enternecido. Há as mulheres que passeiam com os cachorros, e as que fiscalizam o crescimento das roseiras do jardim. Existe a vizinha que sempre tenta me vender produtos de beleza. E o Pedrão, um aumentativo irônico para um cachorro tão pequeno, tão desmilinguido e cego pela idade, que sobe e desce o elevador comigo, protegendo com olhos erráticos um dono que é quase um gigante. Há o vizinho de passo marcial que não cumprimenta ninguém. E ela, que morava lá havia uma eternidade, mas a quem eu nunca vira. Numa tarde vêm o chaveiro, os bombeiros e a polícia. Arrombam a porta do apartamento. E somos todos lançados para dentro de uma paisagem muito semelhante à nossa, mas que era dela. As histórias de sua vida me alcançam aos farrapos. Aos 82 anos ela vivia só. Tinha sido médica, com consultório no centro de São Paulo. Era uma mulher independente, que veio do interior para vencer na cidade grande quando as mulheres de sua geração apenas recolhiam os passos até a casa do marido. Viajou o mundo, falava várias línguas, expressas nos livros espalhados pela casa. Não sei de seus amores, ninguém ali sabe. De repente, ela descobriu-se só. Não queria morrer, só não sabia como seguir vivendo. Resistiu viva – morrendo. Há dois anos ela estacionou sua Brasília vermelha meticulosamente limpa e bem conservada numa vaga tamanho G. E nunca mais a tirou de lá. Poderia ter sido um sinal, mas um sinal só se torna um sinal se for decodificado. Este gerou apenas uma multa do condomínio. O carro deveria estar numa vaga M. Talvez P. Há pouco mais de um ano ela deixou de pagar a conta do condomínio. O acúmulo da dívida virou um processo judicial e uma primeira audiência a qual ela não compareceu. Outra pista não decifrada. A vizinha do lado percebeu que ela não mais saía de casa. Insistiu com o síndico, com o zelador, algo estava errado. Ela nem atendia mais a porta, e um cheiro novo se impregnava no corredor. Mas a lei não escrita da cidade grande determina não perturbar a privacidade de ninguém. Cada um é uma ilha – ou um apartamento. Proprietário-indivíduo de seu número de metros quadrados aéreos no mundo. Os funcionários do condomínio devem avisar pelo interfone quando vão entregar uma correspondência que precisa ser assinada porque, do contrário, muitos moradores sequer abrem a porta. E ela era conhecida como “a doutora”, o título um abismo que ela e tantos se esforçam para cavar. Ninguém ousou perguntar se algo diferente, algo pior, estava acontecendo com ela. Naquela tarde a conhecida de uma associação onde ela trabalhava como voluntária veio procurá-la, preocupada com seu sumiço. Ela então conseguiu se arrastar e sussurrar que não tinha forças para abrir a porta. Quando a porta caiu, e os fossos foram transpostos, descobriu-se que havia dois meses ela vivia no escuro, à luz de velas primeiro, nada depois. A energia elétrica tinha sido cortada por falta de pagamento. Há semanas ela não comia. Já não podia andar. A doutora estava morrendo de fome em meio a centenas de pessoas na cidade de milhões. Em sua própria sujeira. Num prédio de classe média de São Paulo, ela estava mais isolada que qualquer ribeirinho dos confins da Amazônia. Não queria que descobrissem que havia perdido o controle da sua vida. E quando quis pedir ajuda, já não teve forças. Imagino quanto desespero sentia para conseguir romper as amarras de toda uma existência, se arrastar até a porta e admitir que não era mais capaz de abrir. Foi levada ao hospital, onde agora briga para viver. Ela morava dois andares abaixo do meu. Quando eu soube, fiquei rememorando os últimos meses. Enquanto eu trabalhava, cozinhava, bebia vinho, tomava chimarrão, gargalhava, assistia a filmes, me emocionava com livros, me indignava com acontecimentos, conversava, namorava, sonhava, fazia planos, escrevia esta coluna e às vezes chorava, dois andares abaixo do meu, num espaço igual ao meu, uma mulher de 82 anos morria de fome nas trevas, em abissal solidão. Enquanto eu ria, ela morria. Enquanto eu comia, ela morria. Enquanto eu sonhava, ela morria. No escuro, ela morria no escuro enquanto eu abanava da janela, o velho sorria ao sol, uma vizinha tentava me vender um novo creme antirrugas e Pedrão rosnava cegamente no elevador sob o olhar terno de seu gigante.


Não consegui dormir por algumas noites porque me via arremessada ao outro lado da rua, tentando imaginar os enredos que se passavam atrás das cortinas daqueles outros 69 apartamentos. Que vidas são aquelas, que dores se escondem, quais são os dramas que sou impotente para estancar? Anos atrás, antes de eu morar no prédio, um homem se lançou pela janela e morreu estatelado na laje. Como tantos o tempo todo. Um soluço apavorante na rotina e depois o esquecimento. Como agora, nesse morrer sem sangue e sem alarde. Numa fissura do tempo algo que não pode mais ser oculto se revela – revelando também o nosso medo. Portas são derrubadas, cortinas rasgadas por um corpo que se lança para o nada, para nós. E, talvez pior, por um corpo que se esconde até ser exposto pelo cheiro da decomposição ainda antes da morte, corroendo os muros de nossa privacidade protegida com tanto empenho. Como a dela. Depois precisamos esquecer para seguir vivendo. Mas não consigo esquecer. O que aconteceu com ela está acordado dentro de mim como um bicho. Dentro de nós também há um condomínio onde portas se fecham, chaves se perdem e o suicida que nos habita se lança no vazio enquanto outros em nós se decompõem em vida pela morte dos dias que não acontecem. Mergulho então, além dos dois que nos separavam, vários andares em mim. E lembro-me de Mário Sá-Carneiro, escritor português: “Perdi-me dentro de mim porque eu era labirinto. E hoje, quando me sinto, é com saudades de mim”. Acredito que todos no prédio ficaram chocados, cada um à sua maneira. Porque ninguém percebeu a tempestade logo ali. Porque tudo se passou enquanto no avesso de cada janela tentávamos viver. Mas também – e talvez principalmente por isso – porque a tragédia se desenrolou no mesmo cenário onde tecemos o enredo de nossos dias. O apartamento dela é igual ao nosso. Esta semelhança de condições e de arquitetura, de portas e de janelas, nos provoca um incômodo difícil de dissipar. Poderia ser nós a morrer de fome no escuro. Mesmo com uma história diversa, lá no fundo cada um de nós sabe que a solidão nos espreita. Que não estamos tão protegidos como gostaríamos. Seria mais fácil afastar nosso horror se fosse um assassino, uma morte por ciúme, uma violência cometida por um psicopata. Isto está sempre mais longe. Mas não. A doutora morria logo ali por solidão. E isto está bem perto. Ela não viveu uma vida à toa. Ou uma vida egoísta. Ela apenas viveu mais tempo do que a maioria de seus amigos, que deve ter sepultado um a um. Mais tempo que os pacientes que tantas vezes salvou, e então o consultório ficou vazio. Ela tinha bens que poderia ter vendido quando ficou restrita a uma renda que não lhe permitia manter o padrão. Mas não tinha mais saúde para fazer o que era preciso. Com o tempo, não conseguia mais nem caminhar até o banco para buscar o dinheiro da aposentadoria ou pagar a conta de luz ou qualquer outra.
Lentamente os fios de sua vida foram lhe escapando das mãos.
E, no fim, quando percebeu que precisava romper o pudor cimentado nela e pedir ajuda, já não era capaz de andar pela casa para abrir a porta da rua e escancarar sua miséria. A doutora não queria morrer, só não tinha forças para viver neste mundo. Por um tempo fiquei acordada pelas madrugadas, dormindo nas auroras, aterrorizada com as vidas desconhecidas abaixo e acima de mim, com os socorros que eu não sabia que precisava prestar, com o monstro de olhos abertos em mim.

Devagar, comecei a pensar nas minhas escolhas. E agora tento aprender a amar melhor, para além das paredes de meus metros quadrados de mundo, mais iguais às dela do que eu e todos gostaríamos.

Fonte: Revista Época - Eliane Brum

AUTO-RETRATO ...GRATIDÃO


Ana Antônia _ _ Foto: Ivan Alecrim


Gratidão

A gratidão é um sentimento que traz junto dele uma série de outros sentimentos: amor, ternura, fidelidade, amizade.
Aprenda a ver a vida de um ponto de vista positivo e pratique a gratidão. Pessoas que sabem perdoar e deixam o passado para trás, iniciam um processo de libertação.
Mas é preciso se desfazer de coisas que remetem a situações tristes ou desconfortáveis e esquecer a mágoa para sentir-se realmente livre.

Compartilhar é outra atitude que faz bem e contribui para o sentimento de abundância.
Pessoas que sentem carência devem fazer um esforço para conectar-se com outras pessoas.
Então mantenha contato com quem é importante para sua vida.
Faça visitas, marque encontros, telefone, escreva ou envie mensagens.
Essas pessoas vão gostar de saber que são importantes para você.
Faça a sua parte.

A virtude da generosidade pode estar em simples gestos, como a doação. Doe periodicamente: alimentos, dinheiro, sua atenção, seu tempo, para pessoas e causas em que acredita.
Sempre há algo a fazer, ao seu alcance.
Além disso, fazer o bem traz uma sensação de bem estar.
E pessoas que ajudam outras voluntariamente, não importa o quanto esse trabalho exija, são mais felizes.

sábado, 20 de novembro de 2010

É simples. É óbvio.


Por trás dos segredos da natureza há algo sutíl, inatingível e inexplicável. A veneração à essa força, que está além de tudo o que podemos compreender, é a minha religião.

Abert Einstein

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

DE QUE RIEM OS PODEROSOS?


- Affonso Romano de Sant’Anna

De que riem os poderosos?
Tão gordos e melosos?
Tão cientes e ociosos?
Tão eternos e onerosos?

Por que riem atrozes
Como olímpicos algozes,
Enfiando em nossos tímpanos
Seus alaridos e vozes?

De que ri o sinistro ministro
Com sua melosa angustia
E gordurosa fala?
Por que tão eufemístico
Exibe um riso político
Com seus números e levíticos,
Com recursos estatísticos
Fingindo gerar o gênesis,
Mas criando o apocalipse?

Riem místicos? Ou terrenos?
Riem, com seus mistérios gozosos,
Esses que fraudulentos
Em seus misteres gasosos?

Riem sem dó? Em dó maior?
Ou operísticos gargalham
Aos gritos como gralhas
Até ter dor no peito,
Até dar nó nas tripas
Em desrespeito?
Ah, como esse riso de ogre
Empesteia de enxofre
O desjejum do pobre.

Riem à tripa forra?
Riem só com a boca? Riem sobre a magreza dos súditos
Famintos de realeza? Riem da entrada
E riem mais
- na sobremesa?

Mas de tanto riem juntos
Por que choram a sós,
Convertendo o eu dos outros
Num cordão de tristes nós?
____________
Sant’Anna, Affonso Romano, 1937

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mudando atitudes



DECLARAÇÃÕ DE MADRI

I Aspectos fundamentais
• A deficiência é uma questão de direitos humanos.
• Pessoas com deficiência querem oportunidades iguais e não caridade.
• As barreiras da sociedade conduzem à discriminação e à exclusão social.
• Pessoas com deficiência são cidadãos ignorados porque barreiras ambientais e atitudinais impedem sua participação na sociedade.
• Pessoas com deficiência constituem grupo diverso de cidadãos como qualquer outro grupo da sociedade.
• Não-discriminação + ação afirmativa = sociedade para todos.
• Uma sociedade que exclui parte de seus membros é uma sociedade empobrecida.

II Programa para implementar mudanças
• Medidas legais objetivando remover barreiras que impedem o acesso à educação, ao emprego, a bens e serviços.
• Atitudes positivas, pois sem um forte compromisso da sociedade e sem a ativa participação do segmento, a legislação permanece como uma concha vazia.
• Serviços que promovem vida independente, com acesso e participação iguais, num modelo social de solidariedade.
• Apoio à família, sobretudo de pessoas dependentes com necessidades devem ter acesso aos serviços e oportunidades disponíveis para as demais pessoas.
• Emprego como fator-chave – promover o acesso ao emprego é uma importante forma de combate à exclusão social e defesa da dignidade e vida independente, o que requer ativa mobilização da sociedade.
• Nada sobre pessoas com deficiência sem as pessoas com deficiência – os governos precisam estabelecer / fortalecer mecanismos regulares para consulta / diálogo, viabilizando a contribuição dessas pessoas para o planejamento, implementação, monitoramento e avaliação de todas as ações.


III Sugestões para ações
• Das entidades que atuam junto à pessoa com deficiência:
• Garantir e propor medidas concretas para fortalecer o segmento.
• Dos empregadores:
• Rever políticas internas para assegurar que não impeçam que essas pessoas usufruam de oportunidades iguais.
• Dos sindicatos:
• Envolver-se mais e melhorar o acesso e a permanência dessas pessoas no emprego.
• Da mídia:
• Criar e fortalecer parcerias com as entidades para melhorar a referência a essas pessoas nos meios de comunicação de massa – mais informações devem ser inseridas na mídia em reconhecimento à existência da diversidade humana, evitando abordagens condescendentes ou humilhantes e focalizando as barreiras por elas enfrentadas e as contribuições positivas que podem dar à sociedade quando removidas essas barreiras.
• Do sistema educacional:
• Disseminar a compreensão e respeito aos direitos, ajudando a banir medos, mitos e concepções falsas – é o primeiro passo em direção a uma sociedade para todos.
• Dos setores da sociedade que representem grupos específicos de cidadãos, tais como de consumidores, de jovens, religiosas, culturais e outros:
• Contribuir para garantir a presença e participação das pessoas com deficiência na sociedade.



Fonte:Texto extraído, com adaptações, da Declaração de Madri, aprovada em 23.03.2002 no Congresso Europeu de Pessoas com deficiência tradução: Romeu Kasumi Sassaki e adaptações: Laíse Rezende, Conceição Freitas, Ivone Mendes e Jeane Sena).

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Degraus desafiam deputados cadeirantes em Brasília

Eleitos como os 510 colegas, Mara Gabrilli (PSDB-SP), Rosinha da Adefal (PT do B-AL) e Walter Tosta (PMN-MG) começarão seus mandatos de deputados com duas graves desvantagens: não poderão subir à tribuna para discursar e não poderão integrar a Mesa Diretora (que comanda sessões no plenário).
Cinco degraus os separam da tribuna, outros quatro os levariam à Mesa. Os três deputados são cadeirantes, e a distância é intransponível.
A eleição deles tem ineditismos. Gabrilli é a primeira deputada tetraplégica e, em conjunto com os dois colegas, forma o grupo mais numeroso de deputados dependentes de uma cadeira de rodas na mesma legislatura --segundo o programa de acessibilidade da Câmara.
De mudança para a cidade, os três vão encontrar inúmeros obstáculos à livre circulação, incluindo na lista os prédios públicos federais.
A Folha visitou a Câmara, o Senado, o Palácio do Planalto, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o MEC (Ministério da Educação), com o objetivo de mapear a acessibilidade dos locais por onde passarão os eleitos.
Na Câmara, os problemas são mais numerosos. Rampas íngremes impedirão que o deputado circule com autonomia entre o plenário e as comissões. A situação é tal que um cadeirante não vai, sozinho, do plenário à reunião interna da Comissão de Direitos Humanos.
O principal obstáculo, e o mais simbólico, é a impossibilidade de o cadeirante subir à tribuna ou compor a Mesa, pois o acesso é feito por lances de escada.
A situação é "um atraso", na opinião do eleito Tosta. "Até por saber que já tivemos outros deputados paraplégicos. É discriminação."

SÓ NO PAPEL

O projeto para construir uma rampa, em elaboração desde 2006, só poderá ser implementado em 2011.
Segundo Adriana Jannuzzi, coordenadora do programa de acessibilidade da Casa, a obra levará ao menos 40 dias. Com a posse da presidente eleita Dilma Rousseff em janeiro e a dos deputados em fevereiro, não há tempo para a reforma neste ano.
Entrosados, Gabrilli, Tosta e Rosinha cobram alteração na estrutura da Casa.
Gabrilli quer uma solução até fevereiro. "Como posso fazer um discurso exigindo acessibilidade se onde vou estar não tem?", questiona.
"Vamos ter que dar um jeito, mesmo que colocando um compensado", diz Rosinha.
Jannuzzi diz que a obra não foi feita por motivos variados, inclusive políticos.
Segundo ela, se o projeto apresentado por Gabrilli for factível, não ferir o tombamento, não for excessivamente caro e se houver tempo para licitá-lo, poderá ser implementado. Caso contrário, ficará para depois.
Gabrilli quer que seja criado um mecanismo para que ela possa votar no plenário --como o software que usa na Câmara Municipal de São Paulo, onde é vereadora. Nas sessões, ela movimenta o mouse na tela do painel eletrônico com os olhos. Ao piscar, seleciona as opções "sim", "não" e "abstenção".
No STF e no Senado, há uma estrutura mais acessível que a da Câmara às pessoas com deficiência --mas ainda existem problemas.
No Senado, o elevador que leva às galerias --de onde o público assiste à sessão-- está quebrado há um ano.
No STF, o púlpito de onde advogados falam é alto e tem degrau; segundo o tribunal, será reformado em janeiro.
No Planalto, a espessura dos carpetes dificulta a circulação. Os banheiros acessíveis são identificados com expressão em desuso.
A Presidência disse que analisará o problema com o carpete e, se necessário, trocará a nomenclatura dos banheiros. No MEC, os banheiros não são acessíveis em todos os andares.

Fonte: UOL

Interessante - Cozinha Adaptada










Fontes: Blog: VIDA - acidente de percurso

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Meu coração selvagem anda perplexo com toda latência dos acontecimentos


Quando criança sempre tive uma enorme sensação de inabilidade para as cartografias, mas adorava a descoberta do mundo olhando os mapas, que meu pai pacienciosamente me explicava sempre que eu solicitava sua ajuda.
Hoje me pego as voltas com mapas, e a medida que os dias caminham, me pergunto se tenho ainda fôlego para encarar todas as cobranças que eu mesma faço, de sentir até o último fim, todos os sentimentos que me passam, sem sufocar.

Sou uma mulher que me busco, gosto de apreciar os longes, fico em dúvida com a escolha de um par de brincos, para parecer bem no espelho,- esse que dita o estilo inconfundível de cada um.
Vasculho-me procurando achar o nome para esse sentimento que anda me deixando confusa, e me olho de alto a baixo, vejo que o nome da minha procura chama-se: expectativa, essa, que chega cheia de tonalidades interiores e dúvidas.

Mas saber o que virá é mesmo que a tentativa de achar agulhas no palheiro.
Enfim, é melhor aguardar que o mundo se abra em botão de tulipa. E esperar que me ajude esse meu otimismo não piegas, mas que vê as situações sob ângulos em que nunca é impossível uma saída, e a visão de que todas as privações tem seu lado de compensação.

Ana Antônia

sábado, 13 de novembro de 2010

Matéria Síndrome de Asperger Fantástico - Glenn Gould



Suspeita-se que Albert Einstein, o físico Isaac Newton, o compositor Mozart e o pintor renascentista Miguel Ângelo também fossem portadores da síndrome, além do cineasta Stanley Kubrick e do filósofo Wittgenstein, bem como Andy Warhol. Outra Asperger de sucesso chama-se Temple Grandin, nos Estados Unidos, uma engenheira e zoóloga, professora universitária. Outro Asperger de sucesso é Syd Barret, vocalista, guitarrista e compositor do Pink Floyd, que devido ao Síndrome de Asperger, viria a só participar no primeiro álbum (maioritariamente) e, minoritariamente, no segundo álbum da banda. Também o vocalista da banda australiana The Vines, Craig Nicholls, foi diagnosticado com a síndrome. Nicholls catalisa toda a sua inteligência na música, criando climas energéticos e totalmente psicadélicos, estando, no entanto, afastado de quase todo o relacionamento social.

Características

Interesses específicos ou preocupações com um tema em detrimento de outras actividades;
Rituais ou comportamentos repetitivos;
Peculiaridades na fala e na linguagem;
Padrões de pensamento lógico/técnico extensivo (às vezes comparado com os traços de personalidade do personagem Spock de Jornada nas Estrelas);
Comportamento socialmente e emocionalmente impróprio e problemas de interacção inter pessoal;
Problemas com comunicação não-verbal;
Transtornos motores, movimentos desajeitados e descoordenados.
Sinais de Alerta

1. Dificuldade em ler as mensagens sociais e emocionais dos olhares – portadores de SA geralmente não olham nos olhos, e quando olham, não os conseguem “ler”.

2. Interpretar literalmente – indivíduos com SA têm dificuldade em interpretar coloquialismos, ironia, gírias, sarcasmo e metáforas.

3. Ser considerado rude e ofensivo – propensos a um comportamento egocêntrico, os Aspergers não captam indirectas e sinais de alertas de que seu comportamento é inadequado à situação social.

4. Honestidade - portadores de Asperger são geralmente considerados “honestos demais” e têm dificuldade em enganar ou mentir, mesmo às custas de magoar alguém.

5. Percepção de erros sociais – à medida que os Aspergers amadurecem e se tornam cientes de sua “cegueira emocional”, começam a temer cometer novos erros no comportamento social, e a autocrítica em relação a isso pode crescer a ponto de se tornar numa fobia.

6. Paranóia – por causa da “cegueira emocional”, pessoas com SA têm problemas para distinguir a diferença entre as atitudes deliberadas ou casuais dos outros, o que por sua vez pode gerar uma paranóia.

7. Lidar com conflitos – ser incapaz de entender outros pontos de vista pode levar a inflexibilidade e a uma incapacidade de negociar soluções de conflitos. Uma vez que o conflito se resolva, o remorso pode não ser evidente.

8. Consciência de magoar os outros – uma falta de empatia em geral leva a comportamentos ofensivos ou insensíveis não-intencionais.

9. Consolar os outros – como carecem de intuição sobre os sentimentos alheios, pessoas com SA têm pouca noção sobre como consolar alguém.

10. Reconhecer sinais de enfado – a incapacidade de entender os interesses alheios pode levar Aspergers a serem bastante desatentos e geralmente não percebem quando o seu interlocutor está entediado ou desinteressado.

11. Introspecção e auto-consciência – os indivíduos com SA têm dificuldade de entender os seus próprios sentimentos ou o seu impacto nos sentimentos alheios.

12. Vestuário e higiene pessoal – pessoas com SA tendem a ser menos afectadas pela pressão dos semelhantes do que outras. Como resultado, geralmente fazem tudo da maneira que acham mais confortável, sem se importar com a opinião alheia. Isto é válido principalmente em relação à forma como se vestem e aos cuidados com a própria aparência.

13. Amor e rancor – como os Aspergers reagem mais pragmaticamente do que emocionalmente, as suas expressões de afecto e rancor são em geral curtas e fracas.

14. Compreensão de embaraço e passo em falso – apesar do fato de pessoas com SA terem compreensão intelectual de constrangimento e gafes, são incapazes de aplicar estes conceitos no nível emocional.

15. Lidar com críticas – pessoas com SA sentem-se forçosamente compelidas a corrigir erros, mesmo quando são cometidos por pessoas em posição de autoridade, como um professor ou um chefe. Por isto, podem parecer imprudentemente ofensivos.

15. Velocidade e qualidade do processamento das relações sociais – como respondem às interacções sociais com a razão e não com a intuição, os portadores de SA tendem a processar informações de relacionamento muito mais lentamente do que o normal, levando a pausas ou demoras desproporcionais e incómodas.

16. Exaustão – quando um indivíduo com SA começa a entender o processo de abstracção, precisa treinar um esforço deliberado e repetitivo para processar informações de outra maneira. Isto muito frequentemente leva a exaustão mental

O próprio Asperger compreendeu a importância central da atitude do professor no seu próprio trabalho com crianças. Ele escreveu em 1944:“estas crianças frequentemente mostram uma
surpreendente sensibilidade à personalidade do professor (…) E podem ser ensinados, mas
somente por aqueles que lhes dão verdadeira afeição e compreensão. Pessoas que mostrem
delicadeza e, sim, humor. (…) A atitude emocional básica do professor influencia, involuntária e inconscientemente, o humor e o comportamento da criança.

Aconselhamento e psicoterapia é bastante importante pois ajuda as crianças a arranjar
estratégias de coping para a situação de estarem “socialmente em desvantagem”. Saliento assim,instrução e treino parental, intervenção educacional, treino de competências sociais.

Fontes:
Blog Amar ela.
Bauer, S. (1995). Asperger Syndrome – trought the lifespan. New York, The developmental
unit, Genesee Hospital Rochester

Trailer Oficial Mary & Max legendado



Uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes: Mary Dinkle, uma menina gordinha e solitária, de oito anos, que vive nos subúrbios de Melbourne, e Max Horovitz, um homem de 44 anos, obeso e judeu que vive com Síndrome de Asperger no caos de Nova York. Alcançando 20 anos e 2 continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos altos e baixos da vida. Mary e Max é viagem que explora a amizade, o autismo, o alcoolismo, de onde vêm os bebês, a obesidade, a cleptomania, a diferença sexual, a confiança, diferenças religiosas e muito mais. Dos criadores do vencedor do Oscar de curta de animação Harvie Krumpet.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Autismo - aprenda a conviver com as diferenças.


COMO SER UM SEGUIDOR?
Qualquer visitante pode comentar.

Para ser seguidor, na página principal do blog, acima dos "seguidores" clic na opção SEGUIR. Faça login usando uma conta que já tenha criado, caso tenha orkut, clic na opção google e faça o login como se fosse entrar no orkut, se não tiver crie a sua conta. BEM-VINDOS!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Jô Soares entrevista Marcos Bittencourt 04/11/2010

Quanto custa uma perna inteligênte - Otto Bock - Alemanha


A universitária Suellen Rodrigues, de 23 anos, ainda custa a acreditar que pode caminhar sem medo de cair. Durante mais de três anos, sair às ruas foi um verdadeiro desafio para ela. “Tinha uma prótese mecânica no lugar da perna esquerda. Precisava andar sempre olhando para o chão”, conta a jovem. Mas essa batalha diária chegou ao fim. Há um mês, Suellen se tornou a primeira pessoa na América Latina a colocar uma perna eletrônica.

A prótese é inteligente. Ela consegue interpretar o movimento da pessoa e, com ajuda de um computador interno, realizar o movimento adequado. “Tenho mais segurança para caminhar. E consigo andar de maneira mais natural”, afirma Suellen. Isso é possível porque a perna eletrônica possui um sensor na base do calcanhar. Ele identifica a velocidade do passo.

“Um computador analisa o movimento. São 50 mil ciclos de marcha (ritmos de movimento ao caminhar)”, detalha Ricardo Souza, gerente de marketing da Otto Bock, fabricante da prótese. “O joelho eletrônico consegue identificar a fase do passo: apoio ou balanço (quando o apoio passa a outra perna)”.

Toda essa tecnologia proporciona uma forma mais natural de caminhar. “Trabalho em uma agência bancária e não quero que as pessoas me vejam com dificuldade para andar”, admite Suellen. Ela conta ainda que precisa sair para atender clientes. “Antes tinha medo, porque o terreno era um problema para mim. Mas hoje já posso caminhar tranquila”, comemora.

Souza explica que a articulação eletrônica permite à pessoa descer ladeiras com um caminhar muito próximo do natural. “Quem usa próteses mecânicas precisa descer caminhando de lado. Já com a perna eletrônica, ela pode caminhar de frente, como as pessoas normalmente fazem”, afirma ele.

Essa prótese é sensacional, no entanto o valor de 180 mil, é um absurdo! Diante disso, para ser pessoa portadora de deficiência nesse país, é preciso ter uma boa situação financeira


Fonte:
Referência: Portal Mara Gabrilli

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Agradecer é coisa do bem, e se é coisa do bem, é bom...



Agradeço a sensível homenagem, para comunicar por aqui minha futura condição de caminhante...

Que importa que o mundo tenha suas ilusões?
Que nos deparemos com inúmeros dissabores de tempos ruins...
Mas na tempestade poderemos encontrar o oásis, - e o acaso pregar mil presságios bons !
Se a vida nos cobra juros e pedágios por uma estrada estreita de emoções
Não podemos duvidar nunca da alegria, é fazer do espantalho das tristezas uma vã filosofia! (Ana Antonia)

Eis a história:

Comunico aos amigos que por obra do acaso, da divina providência ou coisa assim, surgiu uma grata surpresa com a gratuidade do meu tratamento de reabilitação da prótese e a compra da mesma, por um preço inferior, na Holanda, em um dos melhores hospitais do mundo nessa área. E agora já me encontro em dias de conseguir ter novamente o simples e digno direito de andar.


E isso vai acontecer de forma grandiosa, porque um casal, ele holandes e coincidentemente engenheiro ortopédico da Otto Bock na Holanda, ela brasileira, de féria aqui,- me viram uma única vez, em um restaurante no shopping, me abordaram; e resolveram me doar sua dose de solidariedade humana naquele dia.

E o que dizer de tudo isso?

Não só aos dois, - mas sou grata aos amigos todos que de uma forma ou de outra, dividiram comigo a batalha, lutaram com seu máximo, ou até o mínimo que tinham pra dar,- mas que sem isso não saberia eu, talvez nogociar com a tristeza, se ela por ventura viesse bater à minha porta.

Sempre achei que o sentimento de ingratidão é abominável. Eu jamais viveria em paz, tendo uma atitude de desapego por alguém, que em alguma época da minha vida, precisasse de mim, e eu nada fizesse, tendo a certeza que mesmo meu mínimo, lhe faria a diferença e seria importante.

Vejo como uma obrigação saldar o afeto, o carinho, o cuidado que me foi dispensado por todos.

Agradeço aos amigos que me foram presente neste momento, - mesmo sabendo que, o que me fizeram, foi de coração, - e coisas do coração, - ninguém precisa de créditos por elas; pois afeto, solidariedade e carinho não são mercadorias, para espera
trocas. Seja bom,isso basta.

Nunca devemos esquecer qua a vida não é condescendente com nossos erros; e mais tarde ela vem cobrar o tanto que fizemos. E teremos aí nossa cota-parte que merecemos.


Um solidário e carinhoso abraço. Ana Antônia

Recomeçar a andar

" Tudo tem seu apogeu e seu declínio...
É natural que seja assim, todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos o nada, eis que a vida ressurge, triunfante e bela!...
Novas folhas, novas flores, na infinita benção do recomeço!"
Chico Xavier


Em movimento novamente

Mobilidade é uma parte importante de nossas vidas, independentemente da idade. Por mais de 85 anos, a Otto Bock tem trabalhado para manter ou recuperar a sua mobilidade. O nosso desafio é ver o mundo através dos olhos de pessoas que utilizam os nossos produtos. O nosso know-how e serviços ajudam a melhorar a qualidade de vida das pessoas.
http://www.ottobock.com.br/cps/rde/xchg/ob_br_pt/hs.xsl/24.html


Com essas duas chamadas venho comentar, as novas folhas e flores... o verdadeiro recomeço que será dado em breve por Ana Antonia, pois irá enfrentar a parte final de uma longa e ardua espera... de parte de sua vida; a colocação de sua protese. a mobilidade necessária para ser (andante) e fazer do andar, o que para tantos é sem valor e normal, a maior e melhor conquista do novo passo.

Eis que a vida resurge, triunfante e bela nesse singular e monumental passo. Onde  cabe uma singela adaptação à frase de Armstrong : "um pequeno passo para o homem, mas um enorme à acessibilidade."

Parabéns, Aninha!.... comemoramos contigo esta grandiosa conquista, este passo, parte dessa sua bela e maravilhosa caminhada pela vida, pelo seu acesso irrestrito, e aos direitos que toda a humanidade deve exigir e exercer.

Pois... próteses no Brasil são para poucos
Confiram...
http://www.deficienteciente.com.br/2009/08/proteses-no-brasil-sao-para-poucos.html

sábado, 6 de novembro de 2010

O que somos, também encontramos em outras palavras : Ana Antônia de corpo e alma


O que nos vem
e o que deixamos.
O que nunca encontra.
O que eternamente
é par.
O lar,
a comunhão...
O que nos é pedido
e o que nos leva.
O que damos, o que
precisamos.
O que é busca, o que somente
nos procura,
o que ninguém concede.
O caminho, o laço, a cama,
o que lutamos pelas mãos,
o que desperdiçamos.
O que nos é dado escrever:
o sonho e o acontecimento.
O homem que ama.
Os danos e o benfazejo.
O lucro, a perda, a falta, o jogo, o amor.
A flecha e o conto.
A ficção, os pés, (a solidão).
O relógio,
a morte.
A música e a vela.
O ventre, o vão, a paixão.
O que queremos.
O que quer.
O que vivemos.
O que vive.
O orgasmo. A espera. A água. A esperança.

wbl in Os Ritmos do Fogo.

Participação das mulheres com deficiências é crescente no Brasil.



Os problemas enfrentados por mulheres com deficiências são múltiplos e nos últimos anos vêm sendo objeto de estudos e recebendo a valiosa contribuição dessas corajosas mulheres, que prosseguem em suas lutas por uma melhor qualidade de vida e têm obtido grandes sucessos. Vejamos o que observadores das Nações Unidas informam:

Depois de iniciativas e algumas outras reuniões locais, nacionais e também internacionais sobre questões que afetam mulheres com deficiência estão ocorrendo, periodicamente, no Brasil. Durante a Conferência sobre as Nações Unidas sobre as Mulheres em Beijing, China, havia duas brasileiras com deficiências que faziam parte das delegações oficial e de ONGs. O Brasil enviou a segunda maior delegação (40 delegados) entre os 80 países participantes ao Fórum Internacional de Liderança para Mulheres com Deficiências. Muitas das delegadas brasileiras foram palestrantes.

Nos dias atuais a situação das mulheres com deficiências no Brasil está claramente apresentando progressos. Elas estão assumindo papéis de liderança importantes, encabeçando a maioria das organizações representativas nacionais no país. Na condição de indivíduos, estão começando a compartilhar oportunidades iguais com homens na mesma situação que elas. Elas estão se fortalecendo conscientes de seu papel social enquanto mulheres.

No que se refere à maternidade, cada dia muito mais mulheres com todos os tipos de deficiências estão experienciando a maternidade. A maioria delas deveria passar normalmente pelo sistema de saúde para ter seus bebês, mas não existem dados nem relatórios sobre isso, visto do ponto de vista da deficiência. Em razão deste fato, entre outros, mães com deficiência enfrentam importante falta de informação, conhecimento e treinamento da parte de médicos e outros prestadores de serviços de saúde e reabilitação.

Dados fornecidos pelas Nações Unidas.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Implante na retina pode ajudar deficientes visuais a enxergar parcialmente

Cientistas alemães criaram um implante ocular que permitiu a três pacientes cegos enxergar objetos e andar livremente em uma sala, depois de alguns dias de tratamento. Ainda em fase de testes, espera-se que o novo implante consiga trazer de volta parte da visão de mais de 200.000 pessoas ao redor do mundo, que sofrem de uma doença degenerativa dos olhos chamada retinite pigmentosa, que destrói os receptores de luz dos olhos. Além de formatos de objetos, os pacientes que já receberam o implante foram capazes de identificar ainda as horas em um relógio e sete tons diferentes de cinza.

Batizado de implante sub-retiniano, o dispositivo é alojado debaixo da retina e tem o papel de substituir os receptores de luz que foram danificados pela doença. Em seguida, é ele quem utiliza a função cerebral de processamento da luz captada pelos olhos para produzir uma imagem visual estável. “Conseguimos mostrar que é possível fornecer uma série de imagens úteis no dia-a-dia para essas pessoas”, diz Eberhart Zrenner, da University of Tuebingen Eye Hospital, na Alemanha, e diretor da empresa responsável pelo dispositivo.

Olho biônico – O dispositivo implantado tem o formato de um pequeno prato e mede apenas três milímetros quadrados e um décimo de milímetro de espessura. Apesar de minúsculo, possui cerca de 1.500 receptores de luz ligados a amplificadores e eletrodos. De acordo com Eberhart Zrenner, novos testes com o implante devem ser finalizados dentro de três anos. Se a equipe continuar a obter sucesso, o dispositivo poderá, então, ser comercializado para milhares de pacientes ao redor do mundo.

Fonte: VEJA

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Querer bem não tem limites nem barreiras (AA)


Foto: Osmário Marques




"Querer bem não tem beiradas". ( Guimarães Rosa)

QUERER BEM NÃO TEM LIMITES NEM BARREIRAS, PARA AJUDAR . (AA)

Falando nisso, lembrei que li certa vez que foi em 1999 que nasceu o primeiro Blog, e desde então milhões foram criados, com os mais diversos assuntos: Política, Arte, Literatura, Jornalismo, Música, Direito, e tantos outros, fazendo uma verdadeira democratização na comunicação.

Muitos criados por pessoas apaixonadas por escrever, para colocar pra fora o que estava na gaveta da escrivaninha, ou talvez na gaveta da alma.
E de repente as palavras, postar, interagir, comentar, ficaram muito conhecidas de todos os blogueiros.

E o que significa o pedido para seguir um blog?
Serve para divulgação, assim como o escritor divulga seu livro, em entrevista de tv, jornais e feiras.
Não havendo divulgação não haverá amanhã , o escritor morrerá na praia, nada acontece. Não é assim?
A pergunta que não cala: por que não divulgar? Qual é o problema de fazer a divulgação? Ninguém quer ser estrela para aparecer em um blog. Quer somente permutar idéias, trasmitir sentimentos, compartilhar.
Se for para escrever para mim somente, criarei um Blog: "Eu sozinha" e pronto.

No tocante aos "comentários": deixa quem quer, não é obrigado. E deixar duas linhas, porque não leu o texto, nem sempre é demonstração de ser gentil!
Entendo que a melhor maneira de prestigiar o amigo, é mostar que leu o artigo, que ele se dedicou a pesquisar para tentar apresentar algo que seja bom.
Comentar, é na verdade dar sua opinião sobre o que leu, e isso é importante, porque estimula a cada dia escrever melhor.
O bom é que os comentários sejam sinceros, e que não virem obrigação.
E se não entender muito do assunto tratado, e não tem uma opinião consistente, é melhor não comentar.
Como gosto de honestidade em tudo que faço, achei pertinente por o dedo na ferida, e assim demonstrar aqui o que acredito ser de bom tom, e educado ao visitar os blogs dos amigos.
Acho gratificante e aprendo muito com os que me postam suas opiniões.

Espero que ninguém pense que quero para mim, somente a visibilidade, com minha sincera opinião. Assim teria eu que começar o texto com outra máxima:

"O mais profundo princípio da natureza humana é a ânsia de ser apreciado." (Willian James)


Tim! tim! aos seguidores/amigos. Ana Antônia

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Poesia e sensibilidade


ILUSÕES DO AMANHÃ

Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim que seja pra você .
Mas às vezes você parece me ignorar, sem nem ao menos me olhar,
me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.

Eu vou me achar pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um, o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito? Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo, que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer, eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito, e crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador…
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.’

PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos – APAE)

Este poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade, de excepcional.

Excepcional é a sua sensibilidade!

Hoje é dia de festa . Parabéns, Ricardo!


Hojé é dia de festa no Vida Rampa

Porque hoje "alguém" que ainda acredita no amor, - na existência de pessoas dignas, sinceras e transparentes, dispostas a viverem os relacionamentos humanos baseados no respeito a si mesmo e ao próximo, estará de nova idade...
Porque o aniversariante é "alguém" que ainda se pega indignado com as pessoas que não tenham sentimentos profundos, genuínos, e, vivem de mentiras e enganos...

Por mais que os desilusões lhe trouxerem descrenças, - desejo a você meu amigo, que não mude, continue acreditando na vida, deixe guardadas as cores opacas, e mostre as coloridas dos bons exemplos.
Mesmo se sentindo pequeno neste cenário de desencontros, que lhe abrace todas as manhãs os ataques profundos de lucidez,- faço meu apelo, - para que continue fazendo tudo o que pode, para tudo dar certo.
E um dia, você desfrutará dos resultados e quem estiver por perto se contaminará com a sua felicidade também.

Continue essa criança grande, pois nunca envelhecerá a alma, que acredita no amor!

Abraço grande. Ana Antônia

E vamos que vamos! :)