segunda-feira, 2 de maio de 2011

Esquizofrenia

Esquizofrenia
 
As vozes assolam a minha mente
Penetram mais e mais, murmurando ordens insanas
Já não distingo a realidade
Quero controla-las, mas não consigo
Ecoam no meu cérebro aterradoras
Em delírio erróneo, o meu corpo alucinado se retrai
Serão seres sobrenaturais, fantasmas, o demo…?
Em delírio constante sou Deus, Jesus, Virgem Maria…
Desarticulo-me no pensamento expressivo
Misturam-se as palavras, sem coerência
Transformando-se em pensamentos perturbadores
Perturbando meu funcionamento intelectual
Sinto na alma a deterioração prematura do meu cérebro
Sinto-me perdida, percepciono tudo e nada percepciono
Rio-me estupidamente, reagindo
À minha própria interpretação idiossincrásica da situação.
E tu choras, olhas para mim e não entendes
Eu continuo na minha insanidade mental
Amarrada ao delírio, às alucinações e à inanição cognitiva
Sofro, desesperadamente, perco o contacto com a realidade
O todo é irreal, ilusório e penetra no meu cérebro
Deixando-me louca, amarfanhada e perdida
Já nem sei quem sou, ajuda-me… compreende-me.


Dedico a todas as pessoas com esquizofrenia, que lutam tenazmente para se inserirem numa sociedade marginalista, atrofiada… e muitas já aprenderam a controlar os seus distúrbios, funcionando eficazmente

Não os marginalizem amigos
Escrito a 11/02/08

Informação, esquizofrenia e acesso social

O que é Esquizofrenia?
O termo "esquizofrenia" foi criado em 1911 pelo psiquiatra suíço Eugem Bleuler com o significado de mente dividida. Ao propor esse termo, Bleuler quis ressaltar a dissociação que às vezes o paciente percebia entre si mesmo e a pessoa que ocupa seu corpo. Hoje é o nome universalmente aceito para este transtorno mental psicótico, entretanto, no meio técnico e profissional se admite que o termo pode ser insuficiente para descrever a complexidade dessa condição patológica.
A Esquizofrenia é uma doença da personalidade total que afeta a zona central do eu e altera toda estrutura vivencial. Culturalmente o esquizofrênico representa o estereotipo do "louco", um indivíduo que produz grande estranheza social devido ao seu desprezo para com a realidade reconhecida. Agindo como alguém que rompeu as amarras da concordância cultural, o esquizofrênico menospreza a razão e perde a liberdade de escapar às suas fantasias.
Segundo Kaplan, aproximadamente 1% da população é acometida pela doença, geralmente iniciada antes dos 25 anos e sem predileção por qualquer camada sócio-cultural. O diagnóstico se baseia exclusivamente na história psiquiátrica e no exame do estado mental. É extremamente raro o aparecimento de esquizofrenia antes dos 10 ou depois dos 50 anos de idade e parece não haver nenhuma diferença na prevalência entre homens e mulheres.
Os transtornos esquizofrênicos se caracterizam, em geral, por distorções características do pensamento, da percepção e por inadequação dos afetos. Usualmente o paciente com esquizofrenia mantém clara sua consciência e sua capacidade inteleitual.
A esquizofrenia traz ao paciente um prejuízo tão severo que é capaz de interferir amplamente na capacidade de atender às exigências da vida e da realidade.


A esquizofrenia não acomete pessoas pouco inteligentes.  
A esquizofrenia afeta tanto as pessoas com alto quanto baixo nível inteleitual, atinge igualmente os ricos e pobres, os mais cultos e os mais simplórios. Não é monopólio de quem tem a mente fraca e nem depende da pessoa ser “esclarecida e inteligente”.

Tipos de Esquizofrenia  
A esquizofrenia paranóide
Este tipo de esquizofrenia é o mais comum e também o que responde melhor ao tratamento. Diz-se, por causa disso, que tem prognóstico melhor. O paciente que sofre esta condição pode pensar que o mundo inteiro o persegue, que as pessoas falam mal dele, têm inveja, ridicularizam-no, pensam mal dele, elas têm intenções de fazer-lhe mal, de prejudicá-lo, de matá-lo, etc. Trata-se dos delírios de perseguição.  

Apesar da dificuldade em manter contato social, alguns portadores da doença conseguem encontrar um(a) companheiro(a), estabelecer relacionamentos afetivos significativos e manter relacionamentos sexuais. Os familiares devem orientá-los na busca de um relacionamento que não venha a ser estressante e que possa desencadear recaídas.
Tratando-se tais dificuldades, normalmente derivadas do isolamento social, a família pode ajudar incentivando a participação dos portadores nas mais diversas formas de atividades voltadas à ressocialização, tais como a freqüência a centros de convivência, lazer e cultura, grupos de auto-ajuda etc.


A Esquizofrenia tem cura?
Até bem pouco tempo se pensava que a esquizofrenia era sempre incurável e que se convertia, obrigatoriamente, numa doença crônica e por vida. Hoje em dia, entretanto, sabemos que este não é necessariamente o caso e uma porcentagem de pessoas que sofrem deste transtorno pode recuperar-se por completo e lavar uma vida normal como qualquer outra pessoa.
Outras pessoas, com quadros mais graves, apesar de dependerem de medicação, chegam a melhorar até o ponto de poderem desempenhar o trabalho, casar-se e ter família. Embora não se possa falar em cura, tal como se conceitua a cura total na medicina, a reabilitação psicossocial da expressiva maioria desses pacientes tem sido bastante evidente.
Apesar da esquizofrenia tender à deixar mais seqüelas a cada novo surto, o importante é saber que estas pessoas podem chegar a ter funções na sociedade e podem chegar a ser muito produtivas, mais ou menos sócio-cupacionalmente normais e dentro de suas possibilidades
Não é raro que este tipo de paciente tenha também delírios de grandeza, idéias além de suas possibilidades: "Eu sou o melhor cantor do mundo. Nada me supera. Nem Frank Sinatra é melhor". Esses pensamentos podem vir acompanhados de alucinações, aparição de pessoas mortas, diabos, deuses, alienígenas e outros elementos sobrenaturais. Algumas vezes esses pacientes chegam a ter idéias religiosas e/o políticas, proclamando-se salvadores da terra ou da raça humana.  
A esquizofrenia hebefrênica ou desorganizada
Neste grupo se incluem os pacientes que têm problemas de concentração, pouca coerência de pensamento, pobreza do raciocínio, discurso infantil. Às vezes, fazem comentários fora do contexto e se desviam totalmente do tema da conversação. Expressam uma falta de emoção ou emoções pouco apropriadas, rindo-se a gargalhadas em ocasiões solenes, rompendo a chorar por nenhuma razão em particular, etc.
Neste grupo também é freqüente a aparição de delírios (crenças falsas), por exemplo que o vento move na direção que eles querem, que se comunicam com outras pessoas por telepatia, etc.  
A esquizofrenia catatônica
É o tipo menos freqüente de esquizofrenia. Apresenta como característica transtornos psicomotores, tornando difícil ou impossível ao paciente mover-se. Talvez passe horas sentado na mesma posição. A falta da fala também é freqüente neste grupo, assim como alguma atividade física sem propósito.
A esquizofrenia residual
Este termo é usado para se referir a uma esquizofrenia que já tem muitos anos e com muitas seqüelas. O prejuízo que existe na personalidade desses pacientes já não depende mais dos surtos agudos. Na esquizofrenia assim cronificada podem predominar sintomas como o isolamento social, o comportamento excêntrico, emoções pouco apropriadas e pensamentos ilógicos.  
A esquizofrenia simples
Também é pouco freqüente. Aparece lentamente, normalmente começa na adolescência com emoções irregulares ou pouco apropriadas, pode ser seguida de um paulatino isolamento social, perda de amigos, poucas relações reais com a família e mudança de caráter, passando de sociável a anti-social e terminando em depressão. Nesta forma da esquizofrenia não se observam muitos surtos agudos.
Apesar desta classificação, é bom destacar que os pacientes esquizofrênicos nem sempre se encaixam perfeitamente numa de estas categorias. Também existem pacientes que não se podem classificar em nenhum de os grupos mencionados. A estes pacientes se pode dar o diagnóstico de esquizofrenia indiferenciada



Retirado do blog: PsiqWeb - Psiquiatria Geral - J. G. Ballone
http://gballone.sites.uol.com.br/voce/esq.html#1

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

INVEJA E CORVARDIA


Inveja é um sentimento de aversão ao que o outro tem e a própria pessoa não tem. Este sentimento gera o desejo de ter exatamente o que a outra pessoa tem (pode ser tanto coisas materias como qualidades inerentes ao ser)e de tirar essa mesma coisa da pessoa, fazendo com que ela fique sem. É um sentimento gerado pelo egocentrismo e pela soberba de querer ser maior e melhor que todos, não podendo suportar que outrem seja melhor.

A origem latina da palavra inveja é "invidere" que significa "não ver". Com o tempo essa definição foi perdendo o sentido e começado a ser usado ao lado da palavra cobiça, que culminou, então, no sentido que temos hoje.

Os indivíduos disputam poder, riquezas e status, aqueles que possuem tais atributos sofrem do sentimento da inveja alheia dos que não possuem, que almejariam ter tais atributos. Isso em psicologia é denominado formação reativa: que é um mecanismo de defesa dos mais "fracos" contra os mais "fortes".

A inveja é originária desde tempos antigos, escritos em textos, que foi acentuado no capitalismo e no darwinismo social, na auto-preservação e auto-afirmação, a inveja seria, popularmente falando, a arma dos "incompetentes".

Numa outra perspectiva, a inveja também pode ser definida como uma vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cinema usa tecnologia para fazer com que cegos 'vejam' filmes


Eles chegam meio apreensivos, mas curiosos. Aos poucos começam a tatear a novidade. Com um fone no ouvido, o que era tão distante vira um presente.

É muito mais que um momento de lazer. Muitas dessas pessoas estão pela primeira vez em uma sala de cinema. As luzes se apagam, o filme começa e é por um aparelho que eles vão ouvir, ver e sentir também cada cena e cada detalhe.

O ambiente em que estão os personagens, as roupas e os gestos, tudo é descrito por uma voz ao pé do ouvido. Na telona, é exibido o filme “Pra frente Brasil", dos anos 1980.

A professora Maria Zago fecha os olhos e mergulha na história sobre a ditadura militar.

“Teve até uma parte em que uma mulher estava calçando a bota, acontecendo realmente. É como se você tivesse sonhando”, comenta a professora Maria Zago.

O sonho deles é o do acesso e da oportunidade, e do não preconceito. A sala de cinema lotada é uma boa lição: por que pensar em limites quando se tem imaginação?

Fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/01/cinema-usa-tecnologia-para-fazer-com-que-cegos-vejam-filmes.html

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Humor - Os animais também têm deficiências humanas


Tanto duvidaram dele, da teoria daquele jovem gênio musical, que ele resolveu provar pra si mesmo, empiricamente, a teoria de que não existem animais selvagens. Que os animais são tão ou mais sensíveis do que os seres humanos. E que são sensíveis sobretudo ao envolvimento da música, quando esta é competentemente interpretada.

Por isso, uma noite, esgueirou-se sozinho pra dentro do Jardim Zoológico da cidade e, silenciosamente, se aproximou da jaula dos orangotangos. Começou a tocar baixinho, bem suave, a sua magnífica flauta doce, ao mesmo tempo em que abria a porta da jaula. Os macacões quase que não pestanejaram. Se moveram devagarinho, fascinados, apenas pra se aproximar mais do músico e do som.

O músico continuou as volutas de sua fantasia musical enquanto abria a jaula dos leões. Os leões, também hipnotizados, foram saindo, pé ante pé, com o respeito que só têm os grandes aficionados da música. E assim a flauta continuou soando no meio da noite, mágica e sedutora, enquanto o gênio ia abrindo jaula após jaula e os animais o acompanhavam, definitivamente seduzidos, como ele previra.

Uma lua enorme, de prata e ouro, iluminava os jacarés, elefantes, cobras, onças, tudo quanto é animal de Deus ali reunido, envolvidos na sinfonia improvisada no meio das árvores. Até que o músico, sempre tocando, abriu a última jaula do último animal - um tigre.

Que, mal viu a porta aberta, saltou sobre ele, engolindo músico e música - e flauta doce de quebra. Os bichos todos deram um oh! de consternação. A onça, chocada, exprimiu o espanto e a revolta de todos:

- Mas, tigre, era um músico estupendo, uma música sublime! Por que você fez isso? E o tigre, colocando as patas em concha nas orelhas, perguntou:
- Ahn? O quê, o quê? Fala mais alto, pô!

MORAL: OS ANIMAIS TAMBÉM TÊM DEFICIÊNCIAS HUMANAS.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

EUA aprovam novo teste de células-tronco embrionárias para cegos



Pesquisadores tentarão curar doença que atinge retina de idosos. É a 3ª autorização concedida pelo país para pesquisa com células tronco

A empresa de biotecnologia Advanced Cell Technology anunciou esta segunda-feira (3) ter recebido o sinal verde do governo para iniciar a segunda série de testes com células-tronco embrionárias humanas para tratar a cegueira, desta vez em pessoas mais velhas.

O teste avaliará a habilidade da terapia para tratar com segurança pessoas com um problema conhecido como degeneração macular senil, o tipo mais comum de perda irreversível da visão em pessoas com mais de 60 anos.

Ainda não há cura para a doença, que afeta de 10 a 15 milhões de americanos e outros 10 milhões de pessoas na Europa, acrescentou a empresa.

Segunda autorização
A FDA (Food and Drug Administration), entidade que regula medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, liberou, em novembro, a empresa sediada em Massachusetts para começar um teste similar com pacientes com uma forma progressiva de perda de visão juvenil, conhecida como doença de Stargardt.

"A ACT agora é a primeira empresa a receber o aval da FDA para dois testes com hESC (sigla em inglês para células-tronco embrionárias humanas) e agora é um verdadeiro líder transnacional no campo da medicina regenerativa", declarou Gary Rabin, presidente interino e chefe executivo.

"Representa um grande passo à frente, não apenas na área das células-tronco, mas potencialmente para técnicas modernas de cuidado com a saúde", continuou.

A companhia espera começar os testes clínicos nos Estados Unidos nos próximos meses e pretende procurar aprovação para testes similares na Europa. Os mercados americano e europeu para este tipo de tratamento soma 25 a 30 bilhões de dólares, acrescentou a empresa.

O anúncio da ACT marca é o terceiro deste do tipo, depois que a empresa americana Geron inovou no ano passado com a primeira tentativa já feita para usar tratamento com células-tronco embrionárias em um paciente com lesão na medula espinhal.

Polêmica
A pesquisa com células-tronco embrionárias é um campo controverso desde que as primeiras células foram isoladas, mais de 12 anos atrás. Os críticos condenam a prática porque ela envolve a destruição de embriões humanos.

No entanto, os cientistas afirmam que estas células representam uma grande promessa no tratamento do mal de Parkinson, de diabetes e uma variedade de outras doenças.

Assim como em outros testes com pacientes humanos, o primeiro passo nos testes de fase I e fase II da ACT é saber se a terapia é segura, antes de ver se funcionam.

"Em uma cobaia com degeneração macular, vimos uma notável melhora no desempenho da visão com relação a animais sem tratamento, sem quaisquer efeitos colaterais", disse Bob Lanza, cientista chefe da ACT.

Doze pacientes participarão do estudo em vários locais nos Estados Unidos, inclusive a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e a Universidade de Stanford.

A terapia usa células do pigmento do epitélio retinal (RPE) derivadas de células-tronco embrionárias para substituir as células de RPE danificadas em pacientes com a doença.

A degeneração macular senil, tipo da doença que ocorre em 90% dos casos, causa a deterioração da visão central quando as células de RPE na mácula do paciente, no centro da retina, perdem a habilidade de funcionar.

Pacientes frequentemente experimentam um embaçamento no centro do campo de visão, enquanto a visão periférica permanece intacta.

"À medida que a população envelhecer, espera-se que dobre a incidência de denegeração macular senil nos próximos 20 anos, exacerbando esta necessidade médica, ainda sem solução", disse Lanza.

Fonte: http://g1.globo.com/