segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Meu coração selvagem anda perplexo com toda latência dos acontecimentos


Quando criança sempre tive uma enorme sensação de inabilidade para as cartografias, mas adorava a descoberta do mundo olhando os mapas, que meu pai pacienciosamente me explicava sempre que eu solicitava sua ajuda.
Hoje me pego as voltas com mapas, e a medida que os dias caminham, me pergunto se tenho ainda fôlego para encarar todas as cobranças que eu mesma faço, de sentir até o último fim, todos os sentimentos que me passam, sem sufocar.

Sou uma mulher que me busco, gosto de apreciar os longes, fico em dúvida com a escolha de um par de brincos, para parecer bem no espelho,- esse que dita o estilo inconfundível de cada um.
Vasculho-me procurando achar o nome para esse sentimento que anda me deixando confusa, e me olho de alto a baixo, vejo que o nome da minha procura chama-se: expectativa, essa, que chega cheia de tonalidades interiores e dúvidas.

Mas saber o que virá é mesmo que a tentativa de achar agulhas no palheiro.
Enfim, é melhor aguardar que o mundo se abra em botão de tulipa. E esperar que me ajude esse meu otimismo não piegas, mas que vê as situações sob ângulos em que nunca é impossível uma saída, e a visão de que todas as privações tem seu lado de compensação.

Ana Antônia

Nenhum comentário:

Postar um comentário