quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cinema usa tecnologia para fazer com que cegos 'vejam' filmes


Eles chegam meio apreensivos, mas curiosos. Aos poucos começam a tatear a novidade. Com um fone no ouvido, o que era tão distante vira um presente.

É muito mais que um momento de lazer. Muitas dessas pessoas estão pela primeira vez em uma sala de cinema. As luzes se apagam, o filme começa e é por um aparelho que eles vão ouvir, ver e sentir também cada cena e cada detalhe.

O ambiente em que estão os personagens, as roupas e os gestos, tudo é descrito por uma voz ao pé do ouvido. Na telona, é exibido o filme “Pra frente Brasil", dos anos 1980.

A professora Maria Zago fecha os olhos e mergulha na história sobre a ditadura militar.

“Teve até uma parte em que uma mulher estava calçando a bota, acontecendo realmente. É como se você tivesse sonhando”, comenta a professora Maria Zago.

O sonho deles é o do acesso e da oportunidade, e do não preconceito. A sala de cinema lotada é uma boa lição: por que pensar em limites quando se tem imaginação?

Fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/01/cinema-usa-tecnologia-para-fazer-com-que-cegos-vejam-filmes.html

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Humor - Os animais também têm deficiências humanas


Tanto duvidaram dele, da teoria daquele jovem gênio musical, que ele resolveu provar pra si mesmo, empiricamente, a teoria de que não existem animais selvagens. Que os animais são tão ou mais sensíveis do que os seres humanos. E que são sensíveis sobretudo ao envolvimento da música, quando esta é competentemente interpretada.

Por isso, uma noite, esgueirou-se sozinho pra dentro do Jardim Zoológico da cidade e, silenciosamente, se aproximou da jaula dos orangotangos. Começou a tocar baixinho, bem suave, a sua magnífica flauta doce, ao mesmo tempo em que abria a porta da jaula. Os macacões quase que não pestanejaram. Se moveram devagarinho, fascinados, apenas pra se aproximar mais do músico e do som.

O músico continuou as volutas de sua fantasia musical enquanto abria a jaula dos leões. Os leões, também hipnotizados, foram saindo, pé ante pé, com o respeito que só têm os grandes aficionados da música. E assim a flauta continuou soando no meio da noite, mágica e sedutora, enquanto o gênio ia abrindo jaula após jaula e os animais o acompanhavam, definitivamente seduzidos, como ele previra.

Uma lua enorme, de prata e ouro, iluminava os jacarés, elefantes, cobras, onças, tudo quanto é animal de Deus ali reunido, envolvidos na sinfonia improvisada no meio das árvores. Até que o músico, sempre tocando, abriu a última jaula do último animal - um tigre.

Que, mal viu a porta aberta, saltou sobre ele, engolindo músico e música - e flauta doce de quebra. Os bichos todos deram um oh! de consternação. A onça, chocada, exprimiu o espanto e a revolta de todos:

- Mas, tigre, era um músico estupendo, uma música sublime! Por que você fez isso? E o tigre, colocando as patas em concha nas orelhas, perguntou:
- Ahn? O quê, o quê? Fala mais alto, pô!

MORAL: OS ANIMAIS TAMBÉM TÊM DEFICIÊNCIAS HUMANAS.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

EUA aprovam novo teste de células-tronco embrionárias para cegos



Pesquisadores tentarão curar doença que atinge retina de idosos. É a 3ª autorização concedida pelo país para pesquisa com células tronco

A empresa de biotecnologia Advanced Cell Technology anunciou esta segunda-feira (3) ter recebido o sinal verde do governo para iniciar a segunda série de testes com células-tronco embrionárias humanas para tratar a cegueira, desta vez em pessoas mais velhas.

O teste avaliará a habilidade da terapia para tratar com segurança pessoas com um problema conhecido como degeneração macular senil, o tipo mais comum de perda irreversível da visão em pessoas com mais de 60 anos.

Ainda não há cura para a doença, que afeta de 10 a 15 milhões de americanos e outros 10 milhões de pessoas na Europa, acrescentou a empresa.

Segunda autorização
A FDA (Food and Drug Administration), entidade que regula medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, liberou, em novembro, a empresa sediada em Massachusetts para começar um teste similar com pacientes com uma forma progressiva de perda de visão juvenil, conhecida como doença de Stargardt.

"A ACT agora é a primeira empresa a receber o aval da FDA para dois testes com hESC (sigla em inglês para células-tronco embrionárias humanas) e agora é um verdadeiro líder transnacional no campo da medicina regenerativa", declarou Gary Rabin, presidente interino e chefe executivo.

"Representa um grande passo à frente, não apenas na área das células-tronco, mas potencialmente para técnicas modernas de cuidado com a saúde", continuou.

A companhia espera começar os testes clínicos nos Estados Unidos nos próximos meses e pretende procurar aprovação para testes similares na Europa. Os mercados americano e europeu para este tipo de tratamento soma 25 a 30 bilhões de dólares, acrescentou a empresa.

O anúncio da ACT marca é o terceiro deste do tipo, depois que a empresa americana Geron inovou no ano passado com a primeira tentativa já feita para usar tratamento com células-tronco embrionárias em um paciente com lesão na medula espinhal.

Polêmica
A pesquisa com células-tronco embrionárias é um campo controverso desde que as primeiras células foram isoladas, mais de 12 anos atrás. Os críticos condenam a prática porque ela envolve a destruição de embriões humanos.

No entanto, os cientistas afirmam que estas células representam uma grande promessa no tratamento do mal de Parkinson, de diabetes e uma variedade de outras doenças.

Assim como em outros testes com pacientes humanos, o primeiro passo nos testes de fase I e fase II da ACT é saber se a terapia é segura, antes de ver se funcionam.

"Em uma cobaia com degeneração macular, vimos uma notável melhora no desempenho da visão com relação a animais sem tratamento, sem quaisquer efeitos colaterais", disse Bob Lanza, cientista chefe da ACT.

Doze pacientes participarão do estudo em vários locais nos Estados Unidos, inclusive a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e a Universidade de Stanford.

A terapia usa células do pigmento do epitélio retinal (RPE) derivadas de células-tronco embrionárias para substituir as células de RPE danificadas em pacientes com a doença.

A degeneração macular senil, tipo da doença que ocorre em 90% dos casos, causa a deterioração da visão central quando as células de RPE na mácula do paciente, no centro da retina, perdem a habilidade de funcionar.

Pacientes frequentemente experimentam um embaçamento no centro do campo de visão, enquanto a visão periférica permanece intacta.

"À medida que a população envelhecer, espera-se que dobre a incidência de denegeração macular senil nos próximos 20 anos, exacerbando esta necessidade médica, ainda sem solução", disse Lanza.

Fonte: http://g1.globo.com/