segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um anjo torto

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

    Se hoje sou inepto... acanhado e até inapto, é porque o poeta já previa através do seu anjo marginal, este sentido figurado da existencia social...  entre a poetica realidade da vida e a vida sem poesia... entre a sombra que protege os esquerdos, escondendo-os das relações, e a claridade turva dos valores praticados.
    Se somos inválidos (sem valor) que beneficios trazemos, ou fazemos, quando as nossas assas quebradas, por nossas crenças, transformam o mundo em criaturas presas ao chão. O que carregamos em nossas consciências, se não enxergamos os nossos proprios acessos.
    Até o próprio Carlos suportando o mundo em seus ombros anuncia esta inacessibilidade comum.


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

      Eu, você, todos nós procuramos ter acesso... mas nos amputaram o que tinhamos de maior valor quando nascemos... tiraram-nos a alma, e desanimados, com o coração seco, tecemos de forma rude os nossos trabalhos, replicando o que não temos.
     Porque se não tenho valor, não tenho acesso... então farei disso uma verdade social... e ai sim, o amor será inútil.

     Qual a sua falta de acesso, e qual a que você impõe ao outro?
     Qual o valor que você não tem e torna o próximo um anjo torto inválido?
     Porque pergunto? Por que este é o tempo da depuração!





Um comentário:

  1. Querido amigo virtual.... eu amei.. vc é um artista... parabensssssssssssssssssss querido.. torço por vc, e quando precisar conte comigo...bsjbsjbsj

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